Além de importante para alimentar o corpo e dar disposição nos passeios, comer também é uma forma de conhecer a cultura e a história de um destino. Isso é o que nos conta a Natalie Soares, nossa foodie traveler, e blogueira do site SundayCooks. Confira abaixo a entrevista com ela.

1. O que viajar representa para você?

Viajar representa expandir meu horizonte, abrir o meu olhar para novas experiências, para culturas diferentes, sabores diferentes, conhecer pessoas e também me conhecer melhor. Quando viajamos, saímos da nossa rotina, expandimos o nosso olhar, e nos abrimos para oportunidades e sensações, para experimentar coisas que às vezes são muito diferentes do nosso dia a dia. Realmente pode parecer clichê, ou piegas, mas viajar é um momento de transformação, a gente nunca volta pra casa a mesma pessoa.

2. Quando e qual foi o destino para onde você viajou sozinha pela primeira vez?

O primeiro lugar para onde viajei sozinha foi Bariloche para fazer uma matéria sobre o que fazer neste destino durante o inverno. Foi curioso porque acabei fazendo alguns passeios bem românticos apesar de estar viajando sozinha, e era engraçado porque sempre causava um estranhamento em quem estava por perto.

3. Por que você viaja sozinha? Como isso te enriquece?

Acho que a grande sacada de viajar sozinha é fazer uma jornada de autoconhecimento, é aquela liberdade de você poder acordar a hora que quiser, comer a hora que quiser, dormir a hora que quiser, e até não dormir se não quiser. Você é a sua melhor companhia. É muito curioso e interessante o contato que temos com nós mesmas durante uma viagem, eu acho isso enriquecedor.

4. Quais são os seus conselhos para organizar uma viagem sozinha?

O primeiro conselho é organizar os roteiros de uma maneira detalhada. Eu pesquiso com antecedência as cidades e pontos turísticos que quero visitar, os melhores bairros para me hospedar, e o transporte público de cada cidade para onde vou. Eu tento chegar no destino munida dessas informações porque isso me dá mais tranquilidade e segurança na hora da viagem, além de evitar alguns perrengues. Além disso, eu também deixo na minha casa, com um familiar ou com algum amigo próximo o roteiro da minha viagem e uma cópia das minhas reservas, que também armazeno na nuvem caso tenha qualquer imprevisto.

Outra dica importante é pesquisar sobre a moeda local, e sobre onde fazer o câmbio, para não correr o risco de ficar sem dinheiro. Também levo comigo uma farmacinha básica com remédios que costumo tomar. Outra dica legal é procurar experiências de outras mulheres que viajaram para o destino onde você quer ir e conferir a questão da vestimenta, principalmente se você estiver viajando para países muito fechados ou com costumes muito diferentes.

5. Qual é o destino perfeito para uma foodie traveler e por quê?

Não é um destino só, é um país inteiro: a Itália. Eu passei um mês na Itália, e realmente a comida lá é muito mais saborosa do que a comida italiana que a gente prova no Brasil. Eu provei pratos típicos das diferentes regiões: massas, vinhos, queijos, doces, embutidos, e você consegue comer bem em realmente todos os lugares, não importa se é um restaurante chique ou de rua. É tudo muito saboroso, acho que é uma tradição levada muito a sério por eles.

6. Você pode contar algo que aconteceu em uma das suas viagens e que impactou a maneira como você viaja?

Vou contar uma experiência que não foi muito positiva, e aconteceu na minha primeira viagem internacional: minha bagagem foi extraviada, e só foi localizada depois da minha volta ao Brasil. Foi uma situação bastante complicada porque eu não tinha dinheiro para comprar outras peças de roupa, não tive muita assistência, e na época não conhecia os meus direitos. Esta situação impactou a forma como eu viajo até hoje porque passei a ter mais traquejo para lidar com estas situações de emergência, mas espero que ninguém precise passar por isso.

7. Como é percebido no Brasil o fato de uma mulher viajar sozinha?

Acho que hoje isso é visto de maneira diferente. Durante os últimos anos, tenho percebido mais mulheres caindo na estrada sozinhas, o que me deixa muito contente. E não é apenas aquele perfil da mulher jovem mochileira, há mulheres de todas as idades viajando sozinhas, então eu acredito que esse hábito está sendo mais naturalizado.

8. Como você escolhe os lugares para experimentar as comidas locais? Prefere escolher comida de rua, de maneira espontânea, ou procura primeiro se informar sobre os restaurantes mais recomendados?

Geralmente faço uma pesquisa prévia sobre pratos típicos, mercado de rua, bares diferentes e restaurantes. Eu sempre faço uma curadoria antes da viagem sobre alguns lugares que quero conhecer porque tenho a preocupação de essas dicas no meu site. Mas eu adoro experimentar comidas de rua e mercadinhos locais. Então geralmente eu acabo fazendo várias refeições ao longo do dia sempre que eu vejo alguma coisa diferente no meio do caminho entre um ponto turístico e outro.

Muito da cultura local e da história de um destino também é contado pela forma como as pessoas se relacionam com os alimentos, com a comida, e com a boa mesa. Desde os restaurantes estrelados até a barraquinha de rua, a comida no mercado, o fast food. Sou muito apaixonada por provar a cozinha local, então eu realmente sempre provo de tudo. Os sabores, os pratos fazem a gente entrar em contato com outro lado da cultura do destino que estamos visitando.

 

9. Para que estilo de mulher a viagem sozinha é perfeita?

Para todo mundo! Todo mundo deveria viajar sozinho uma vez na vida. É uma experiência completamente diferente pelo excesso de liberdade que temos, porque você pode tomar todas as decisões de acordo com as suas vontades e seus desejos. Todo mundo deveria experimentar uma vez na vida para ver se gosta. Se você não se sente muito confortável, comece viajando no entorno da sua cidade, tire o final de semana para conhecer uma capital do Brasil, ou vá para alguma cidade grande que tenha várias atividades culturais, assim você se envolve, ocupa o seu tempo e não fica tão preocupado com o fato de estar sozinho.

10. O que diria para inspirar outra mulher a viajar sozinha?

Eu queria reforçar sobre como é libertador viajar sozinha, como é uma jornada de autoconhecimento. É muito mais sobre olhar para nós mesmas, para o que está dentro de nós, do que olhar para fora. Conheço várias amigas que começaram a viajar sozinhas e hoje elas não querem mais companhia. A abertura para o inesperado é uma das grandes magias de viajar sozinha.

*Mais dicas de viagem da Natalie no blog SundayCooks.

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