São Paulo é um mundo inteiro. A prova disso está na diversidade cultural das ruas e nas opções de festas e feiras em SP representado as várias nacionalidades que adotaram São Paulo. A cidade acolhe imigrantes e seus descendentes desde muito tempo atrás. Temos a leva de imigrantes mais antigos dos italianos e japoneses, e também a onda mais recente de africanos de diversas regiões e bolivianos. É por isso que temos as melhores feirinhas culturais. E tudo é regado a coisa que mais define o jeito paulistano de se divertir: muita comida típica.

Confira as feiras mais legais de São Paulo:

1. Feira Boliviana (Praça Kantuta)

A feirinha boliviana é uma das mais mais originais de São Paulo

É um pedacinho de La Paz ou Cochabamba entre os bairros paulistanos do Pari e Canindé. Antes a feirinha da praça Kantuta costumava ser o ponto de encontro da grande comunidade boliviana que vive na capital paulista, hoje ela já atrai muitos turistas e paulistanos em busca de sabores diferentes. Todos os domingos, dezenas de barracas são montadas na praça para vender pratos típicos e produtos bolivianos. E dá até para praticar espanhol, já que boa parte dos vendedores fala a língua nativa ou arrisca um “portunhol”.

Você não pode sair de lá sem provar uma autêntica salteña boliviana (um tipo de salgado assado e recheado parecido com as empanadas argentinas). As barracas têm muito mais delícias tradicionais bolivianas, como a sopa de maní (amendoim) e pratos que levam o chicharrón (carne de porco à moda boliviana). Para beber, você escolhe entre chicha (bebida feita de milho fermentado e levemente alcoólica), mocochinchi (uma bebida feita de pêssego desidratado e especiarias) e paceña, a cerveja popular boliviana.

Dá para levar para casa uma lembrança da Bolívia. Em algumas barracas você encontra produtos típicos, como o chá de coca, temperos andinos e o milho roxo. Em outras, pode comprar malhas, bolsas e roupas trazidas diretamente da Bolívia. Tudo muito bordado e colorido. A feira funciona todos os domingos normalmente. Em datas comemorativas, como carnaval e a independência da Bolívia (6 de agosto) são organizadas apresentações especiais com música e danças bolivianas. E tem até corte de cabelo na rua.

Onde fica: Praça Kantuta S/N – Canindé (metro Armênia, linha azul)
Quando: aos domingos, das 11h às 19h
Por que ir: tudo ainda é muito autêntico, os preços bons e tem salteñas maravilhosas.

2. Feira Nórdica (Pinheiros)

A feira nórdica é a sua chance de experimentar um smorrebrod dinamarquês.

Prepare para entrar no universo viking contemporâneo. Há mais de 50 anos, a Feira Nórdica traz para São Paulo um gostinho dos países nórdicos. Tem muita comida, bebida, objetos para casa e brinquedos da Dinamarca, Suécia, Noruega, Islândia e Finlândia. Viking, viking mesmo do jeito que estamos acostumados a imaginar, não tem muita coisa, em compensação você pode comprar produtos com design nórdico, famoso pela sofisticação e simplicidade das formas colocados em objetos comuns do dia-a-dia.

E tem mais, tem restaurante servido alguns pratos tradicionais da cozinha nórdica, como o smørrebrød com salmão (um sanduíche aberto dinamarquês). Para beber, tem aquavit, cidra, outros destilados, cervejas e licores. Para levar para casa, na barraca islandesa tem muito bacalhau. Outro destaque é a barraca dos chocolates com recheio de marzipã e o delicioso Karl Fazer, marca tradicional finlandesa. Dá para comprar cereais, várias versões de picles de arenque, geleias de frutas e caviar. A feira é organizada por voluntários e quase todo o lucro vai para projetos sociais do Brasil.

Onde fica : Clube Pinheiros, Rua Tucumã, 36
Quando: novembro (data ainda não definida, confira atualizações aqui)
Por que ir: para conhecer o design nórdico

3. Feira Japonesa I: Festival do Japão

Nem tudo é comida, o festival do Japão também tem muita música tradicional.

Nem todo mundo sabe, mas o Brasil tem a maior comunidade japonesa fora do Japão. Por isso também temos as melhores festas japonesas fora do Japão, a melhor comida japonesa fora do Japão e por aí vai. Por isso, os organizadores do Festival do Japão esperam receber este ano cerca de 150 mil visitantes, é o maior evento da comunidade japonesa no Brasil. E atração não vai faltar para entreter essa gente toda: tem shows musicais internacionais, danças típicas, exposições, workshops de artesanato japonês, cerimônia do chá e atividades gratuitas para as crianças e idosos. Na parte gastronômica, tem a culinária regional das 47 províncias japonesas e mais a comida de associações brasileiras, além de mesas, bancada bistrô e área de descanso para acomodar todo mundo. Para fechar, ainda há o concurso de Miss Nikkey Brasil.

Onde fica : São Paulo Expo Exhibition & Convention Center (antigo Centro de Exposições Imigrantes, Rodovia dos Imigrantes, km 1,5)
Quando: 8,9 e 10 de julho de 2016
Por que ir: a melhor comida japonesa fora do Japão

4. Feira Japonesa II “Festa das Cerejeiras”

Para descansar e contemplar cerejeiras. © makoto-suzuki

Continuando a temática da comunidade japonesa, todo mês de julho, o parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, fica mais colorido. É quando florescem as 4 mil cerejeiras (ou sakura, em japonês), árvores nativas do Japão. A florada dura só alguns dias e, como manda a tradição japonesa, as pessoas param para observar as flores, tradição conhecida como “hanami“. Esteiras são colocadas na grama para todo mundo poder sentar e curtir o visual com calma. A florada é tão especial que é comemorada também com uma festa organizada pela Federação Sakura e Ipê do Brasil. O público, que lota a feira, pode assistir apresentações musicais japonesas e aproveitar as barracas com as delícias nipônicas. Chegue cedo se quiser fazer o “hanami” com tranquilidade.

Onde fica :Parque do Carmo
Quando:julho (confira a atualização com as datas aqui)
Por que ir: pelo visual incrível

5. Feira Africana de rua

Na rua, imigrantes vendem tecidos africanos de todas as cores.

Num pedacinho do bairro da República, bem no centro de São Paulo, a comunidade do continente africano se reúne informalmente para vender tecidos, roupas e acessórios com padronagens africanas. Os produtos de vários países da África podem ser encontrados em pequenos ateliês de costura, estandes das galerias e na própria calçada em frente à saída do metrô república. A maioria dos vendedores são imigrantes do Senegal, Moçambique, Nigéria, Angola, Camarões e Congo. A maioria deles também usa os trajes típicos e ensina como usar os tecidos africanos.

Onde fica : saída do metrô República (Av. Ipiranga)
Quando: todos os dias em horário comercial
Por que ir: para comprar tecidos africanos que não se encontram nas lojas e conhecer um pouco da cultura africana

6. Feira Italiana I: “Festa de São Vito”

Prepare-se para sair rolando dessa maratona de festas italianas.

Outra vez, São Paulo abriga uma das maiores comunidades italianas fora da Itália, por isso também temos as melhores festas italianas. A festa de São Vito tem mais de 90 anos, e é organizada pelas famílias do bairro do Brás para arrecadar fundos para a creche São Vito. Os destaques são os pratos italianos bem tradicionais, como o guimirella (um churrasco de fígado) e a ficazzella (um tipo de pastel com tomate e queijo).

Onde fica: Rua Polignano A Mare – Brás
Quando: todos os finais de semana de junho, das 18h às 0h
Por que ir: muita comida italiana barata

7. Feira Italiana II: “Festa de Nossa Senhora Achiropita”

As ruas ficam tomadas durante a festa da Achiropita. © Gabrielle Ideallii

Desista de ir de carro na Festa da Achiropita, em agosto a região do Bixiga fica lotada de gente que passeia por lá, é a festa italiana mais famosa de São Paulo. Também com mais de 80 anos de história, ela costuma receber cerca de 250 visitantes durante todo o mês. Não saia de lá sem provar a tradicional fogazza caseira de queijo, mas também tem a polenta com molho de tomate, a macarronada e a pizza. É bom ir com bastante espaço no estômago. E disposição para sair rolando de tanto comer. A festa é organizada pela paróquia de mesmo nome e o lucra vai para suas obras sociais.

Onde fica: Ruas 13 de Maio, São Vicente, e Dr. Luiz Barreto – Bixiga
Quando: em agosto, todos os sábados, das 18h às 0h e aos domingos, das 17h30 às 22h30.
Por que ir: apenas duas palavras “fogazza caseira”

8. Feira Italiana III: “Festa de San Gennaro”

Pizza, fechando a maratona com chave de ouro.

Para finalizar a comilança italiana, tem a festa de San Gennaro em setembro na Mooca, outro antigo reduto da colônia em São Paulo. Esta tem mais de 40 anos de tradição. As barracas de rua também vendem pratos típicos, como pizza, polenta, fogazza e antepastos. O salão fechado tem música tradicional e outros pratos italianos, o valor da entrada incluí a comida. Mais uma vez, a renda vai para os projetos sociais da paróquia.

Onde fica: Rua da Mooca
Quando: setembro, sábados das 18h até às 0h e domingos das 19h às 23h
Por que ir: mais comida

9. Feira Árabe “Festival Sul-Americano de Cultura Árabe”

O Festival Sul-Americano de Cultura Árabe (SACA) é um dos maiores festivais de cultura árabe do mundo e sempre no mês de março para comemorar o dia da comunidade árabe no Brasil, 25 de março. A comunidade estima que mais de 16 milhões de árabes e descendentes vivem no Brasil. Esse evento não é focado na comilança (mas você pode sair de lá e escolher um dos vários restaurantes árabes de São Paulo). A programação inclui apresentações culturais, cursos e debates sobre caligrafia árabe, literatura, teatro, música, dança, artes plásticas, contação de histórias, fotografia, palestras, mostra de cinema e publicações.

Onde fica: Vários lugares na cidade de São Paulo e interior, confira aqui
Quando: 18 a 31 de março
Por que ir: porque eles discutem temas atuais e interessantes.

10. Feira Chinesa

A Liberdade fica ainda mais cheia e animada no ano novo chinês. © Paulo Guereta

No início do ano, a já tradicional feirinha da Liberdade abre espaço para as comemorações do ano novo chinês. A festa começa com a contagem regressiva ao meio dia e termina com uma queima de fogos à noite para trazer sorte para o ano novo. O ponto alto da festa é a apresentação do dragão e do leão chineses no desfile de abertura e mais algumas vezes ao longo do dia. Além das apresentações tradicionais, geralmente a festa traz música pop chinesa. E, claro que não podia faltar, muita comida chinesa, como as várias versões de macarrão, guioza com recheios variados, rolinho primavera e mais pratos. Como o calendário chinês segue outra lógica, as datas variam. Em 2017, o ano novo Chinês será em 28 de janeiro.

Onde fica: Praça da Liberdade (metrô Liberdade)
Quando: 28 de janeiro de 2017 (acompanhe a programação aqui)
Por que ir: porque é legal comemorar o ano novo duas vezes

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