Depois de passar por Londres, Berlim, Sydney e San Francisco, para onde seguir? Olhe com carinho para esses 9 destinos maravilhosos, tolerantes, convidativos, trans* e gay-friendly para visitar esse ano.

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Buenos Aires, Argentina

Um mural de Che Guevara ilustra o movimentado bairro de San Telmo, em Buenos Aires

A capital da Argentina há algum tempo já é conhecida por ser polo LGBTQ no país e até entre os países com que faz fronteira. San Telmo, o barrio mais antigo da cidade, é a região preferida da comunidade gay, com cafés temáticos, bares, clubes e uma vida noturna animada. Destaque para o Pride Café para tomar um chá com bolo de tarde, e o Flux Bar para um drinque no início da noite, em meio a um ambiente super moderno. Durante o dia, fazer um street art tour por San Telmo também é uma dica imperdível.

Em relação a leis sobre as pessoas LGBTQ, a Argentina foi o primeiro país da América Latina a introduzir a igualdade de casamento, e de fato é um dos países mais progressivos quanto aos direitos trans*, já que permite qualquer pessoa maior de 18 anos trocar de gênero, baseado somente em sua auto-identidade, sem necessidade de cirurgia.

Onde ficar: The Mine Hotel Boutique

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Praga, República Tcheca

Amigos relaxam durante as celebrações da Pride em Praga em agosto

Praga é uma das cidades mais convidativas ao público LGBTQ do leste europeu. Ainda que a República Tcheca não permita o casamento gay, as mesmas proteções de direitos legais existem para gays, lésbicas e bissexuais, e a opinião pública é, em geral, a favor a essas e outras igualdades. Para os trans*, no entanto, a situação é um tanto mais complexa e, apesar de estar mudando, a transfobia infelizmente ainda é um problema local.

Não há exatamente um bairro gay, mas alguns locais gays e gay-friendly espalhados pela cidade. Mas é na região de Vinohrady onde a festa acontece. Por lá estão vários locais LGBTQ-friendly, incluindo o mais famoso terMAX, um clube gay com um público misto, que também é o maior clube gay do país. Há também diversos cafés gay-friendly, saunas e sex shops pela cidade, e todo mês de agosto, Praga sedia sua Pride, que vem se tornando mais e mais popular, ainda que seja um evento recente. Visite a capital em agosto para ver essas celebrações e relaxar no sol às margens do Rio Vltava.

Onde ficar: Villa Mansland

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Taipei, Taiwan

A livraria 24 horas Eslite é também um popular local de paquera em Taipei

Do ponto de vista legal, Taiwan é um dos melhores lugares na Ásia para o público LGBTQ. Ainda que o país não tenha o casamento gay legalizado (mas pode mudar em breve), há leis anti-discriminação de proteção aos LGBTQ, algo que muitos outros países asiáticos ainda não possuem.

No quesito vida noturna, há diversos locais que valem a pena. Para os homens, há várias saunas gay, academias, bares, clubes e até alguns locais famosos de paquera, que inclui, curiosamente, a livraria 24 horas Eslite. Para as mulheres, a renomada boate TABOO é o lugar para dança e socializar dentre uma plateia essencialmente lésbica. Taipei também sedia a maior parada gay da Ásia, que acontece anualmente no último final de semana de outubro.

Onde ficar: Airline Inn Taipei

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Lisboa, Portugal

Drinques deliciosos esperam os visitantes no Clube Ferroviário, em Lisboa

Alguns até descrevem o Bairro Alto (no centro histórico) como o bairro gay da cidade, mas fato é que Lisboa não possui uma área especifica onde o público gay se reúne. Mas sim, o Bairro Alto tem diversos bares bacanas e lounges com terraço que são bastante gay-friendly, todos com um público variado e interessante.

Para um país do sul da Europa, Portugal é relativamente aberto e liberal em sua capital, com casais do mesmo sexo andando de mãos dados ou se beijando tranquilamente. A lei garante praticamente os mesmos direitos aos casais homossexuais (a principal exceção, porém, é a pa(ma)ternidade automática para ambos o(a)s parceiro(a)s após o nascimento do bebê, algo que deve mudar em breve), e reforça leis anti-discriminação baseada em orientação sexual ou identidade de gênero.

Onde ficar: Palacete Chafariz D’El Rei

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Cidade do México, México

Casal anda pelo Paseo de la Reforma, na Cidade do México

Possivelmente a cidade mais gay-friendly da América Central, a Cidade do México possui uma merecida reputação de capital gay hedonista, com clubes, bares e boates para todos os membros de sua comunidade. Ainda que haja uma concentração maior ao redor da Rua Amberes na Zona Rosa, na verdade há vida gay a ser descoberta por toda a cidade. Diversos locais possuem noites só para mulheres, como Cabaretito e Kinky Bar, onde elas entram de graça toda quinta-feira.

A Cidade do México possui uma parada gay anual desde junho de 1979. Hoje em dia, centenas de milhares pessoas fazem dela o maior evento do gênero na América Central. Ainda que atitude do México em relação à comunidade LGBTQ seja relativamente conservadora, é perfeitamente normal casais do mesmo sexo andarem de mãos dados ou beijarem-se na maioria das áreas da capital. Os trans* enfrentam um pouco mais de intolerância, apesar de existir a lei para mudar legalmente de gênero desde 2008.

Onde ficar: Room Mate Valentina

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Gotemburgo, Suécia

Verão é a época perfeita para socializar em Gotemburgo!

Bares e clubes gays até existem na Suécia, mas a maioria das cidades suecas não os possuem simplesmente pelo fato de que o público LGBTQ é tão bem aceito na sociedade que diminui-se a necessidade de se criar espaços independentes entre os membros dessa comunidade. Gotemburgo, a segunda maior cidade na costa do Mar do Norte não é exceção, e os LGBTQ que visitarem o local vão se sentir mais que confortáveis. Os que quiserem um típico local gay em Gotemburgo, porém, pode optar pelo Gretas, o mais antigo do gênero da cidade.

Gotemburgo também sedia o West Pride desde 2007, um evento que toma conta de varias das principais instituições culturais da cidade todo mês de junho para uma semana de shows, debates e sessões de cinema temáticas. Na real, o verão todo é a época perfeita para curtir o melhor da cultura, gastronomia e da classe suecas.

Stay at: Dorsia Hotel

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Lima, Peru

Admirando a famosa estátua do El Beso no Parque del Amor, no bairro Miraflores

O Peru pode até não ser reconhecido como um país que dá a seus cidadãos LGBTQ os mesmos direitos que o resto da população, mas sua capital vem ganhando popularidade entre seus visitantes LGBTQ, com espaços e eventos focados na comunidade. Dois destaques são o OutfestPerú, um festival de cinema com temática LGBTQ, e parada gay que acontece todo mês de junho.

Miraflores, uma região moderna e afluente no sul da região central de Lima, é vista como bairro gay não-oficial de Lima, com diversos bares e boates gays, dos quais o Vale Todo é o nome mais conhecido. Também há um punhado de saunas para homens, sendo Oupen a principal, com duas saunas finlandesas, uma sauna a vapor, cabines privativas e academia de ginástica. E também não dá pra deixar de visitar o El Parque del Amor, um parque no topo da montanha inspirado em Gaudí e dedicado essencialmente ao… amor!

Onde ficar: Miraflores Caesar Hotel Lima

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Munique, Alemanha

Centenas fazem festa e se banham na fonte de Munique durante a parada gay

Berlim pode ter maior atenção quando o assunto é destino LGBTQ na Alemanha, mas Munique não deixa nada a dever também. Trata-se da capital da Baviera, provavelmente um dos estados mais conservadores do país, mas a cidade é um oásis de tolerância e progressão com uma agitada cena gay/lésbica concentrada sobretudo ao longo da Müllerstrasse, no jovem e excêntrico bairro de Glockenbachviertel.

A Christopher Street Day Parade, que acontece todo mês de julho de 1980, só vem crescendo em popularidade e é, claro, o maior evento LGBTQ do ano, reunindo as cores do arco-íris e todos os membros da comunidade gay. Mas também vale ressaltar outro evento em Munique, o Domingo Gay da Oktoberfest, onde milhares de gays in em trajes típicos alemães se juntam para tomar cerveja e se divertir sem hora para acabar.

Onde ficar: Hotel Deutsche Eiche

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Marselha, França

Rapazes relaxam na ensolarada e badalada Plage du Mont Rose, em Marselha

Com uma ótima postura legal em relação aos direitos das pessoas LGBTQ em geral, a França é, sem dúvida, um país tolerante, mas é Paris e Lyon que ganham toda a fama de serem os destinos mais gay-friendly por lá. Entretanto, a mediterrânea Marselha merece um pouco de atenção também, graças a sua vibrante cena gay, com inúmeros bares, cafés e boates, tanto para homens quanto para mulheres. Há também algumas saunas exclusivas para homens e até uma praia gay de nudismo em Mont Rose.

The New Cancan, a maior boate da cidade, é das favoritas para quem quer dançar a noite toda. Com entrada gratuita, costuma sediar também shows de drag queens e cabaré nos finais de semana,. Como segunda maior cidade do país, Marselha tem também, claro, uma parada gay das mais divertidas e de fazer inveja às principais cidades europeias.

Onde ficar: BnB Les Amis de Marseille

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Sam Wood é um redator de viagens britânico, que mora atualmente em Berlim. Para mais dicas de viagem LGBTQ, visite o blog dele Indefinite Adventure.