Alguns o tratam como mito, outros como um destino dos sonhos. Cercado por uma aura misteriosa, muito por causa de seu difícil acesso, o Jalapão (Parque Estadual do Jalapão) ainda é pouco explorado turisticamente, mas quem o visita sai de lá com a certeza de que viu de perto uma das maiores atrações naturais do Brasil.

Afinal, uma paisagem que mistura imensas dunas de areia alaranjada, inúmeros rios, riachos, cachoeiras e lagoas da água mais cristalina, e uma moldura formada por chapadões de até 800 metros de altura, não se vê em qualquer lugar…

Nada menos que 34 mil km² de área compõem o Parque Estadual do Jalapão, situado no leste do estado do Tocantins, e fazendo fronteira com a Bahia, o Piauí e o Maranhão. A reserva abrange os municípios de Ponte Alta do Tocantins (principal porta de entrada, a 190km da capital Palmas), Mateiros (onde está a maior quantidade de atrativos), além de São Félix do Tocantins, Lizarda, Rio Sono, Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins, Lagoa do Tocantins e Rio da Conceição.

Não se espante se você passar dias no Jalapão sem ver uma única pessoa: a densidade habitacional por lá é de 0,8 habitantes por quilômetro quadrado. Em compensação, a fauna é das mais ricas, e inclui espécies como  tamanduás-bandeiras, capivaras, lobos-guarás, raposas, macacos, jacarés, onças e cobras, além de aves como tucanos, araras-azuis, siriemas e urubus.

A falta de “comodidades” como estradas asfaltadas, sinal ou celular ou grandes hotéis – há apenas pequenas poucas pousadas em alguns dos vilarejos – é imediatamente compensada por espetáculos da natureza como o pôr do sol visto do alto dos montes de areia ou um mergulho em uma das quedas d’água de água límpida.

Apesar de remoto e isolado, há uma boa infra-estrutura para receber seus visitantes, graças sobretudo às agências especializadas que organizam passeios (veja a seguir).

Quando ir ao Jalapão

É possível visitar o Jalapão o ano inteiro. Porém, considera-se que a melhor época para aproveitar mais a região é entre os meses de maio e setembro, período de estiagem e quando as estradas de acesso estão em melhores condições. A temperatura média geralmente não baixa dos 30 graus, mas as noites costumam ser frescas. Portanto, protetor solar, boné e repelente sempre a postos!

Dica: para ver o famoso capim-dourado na sua cor máxima, é melhor visitar o parque em setembro.

Como chegar ao Jalapão e como explorá-lo

De avião

O aeroporto mais próximo é o da capital Palmas, a cerca de 200 quilômetros de distância.

De carro

Partindo de Palmas, acesso pela TO-050 (até Porto Nacional) e TO-255 (até Ponte Alta do Tocantins). Por causa do solo arenoso, recomenda-se somente veículos com tração 4×4.

Contratando um tour organizado

Para os marinheiros de primeira viagem, a opção mais segura e tranquila é contratar uma empresa especializada em tours organizados pelo Jalapão. Alguns das principais são:

Korubo: inclui hospedagem por quatro noites em um confortável acampamento à beira do Rio Novo; deslocamentos feitos em um caminhão-ônibus com deck de observação; visitas à vereda Suçuapara, Cachoeira da Velha, Duna do Jalapão, Fervedouro, Cachoeira do Formiga e mercado de capim-dourado de Mateiros, trekking até o Mirante da Serra do Espírito Santo.

NorteTur: faz itinerário de 3 a 6 dias, usando jipes; inclui paradas na Praia do Borges, Pedra da Catedral, Cachoeira do Formiga, Fervedouro, povoado de Mumbuca, Dunas, trekking ao Mirante, Cachoeira, da Velha Suçuapara e Morro da Pedra Furada; e pernoites em pousadas em São Félix do Tocantins, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins.

Venturas: promove um roteiro mais aventureiro de 6 dias, incluindo 3 dias de rafting pelo Rio Novo e pernoites em diferentes acampamentos ao longo do percurso; deslocamentos por terra são feitos no Mamute, um caminhão adaptado.

O que ver e fazer no Jalapão

As Dunas

Cartão-postal do Jalapão, os enormes bancos de areia de cor alaranjada beiram os 40 metros de altura. A cara de deserto ganha ares ainda mais imponentes por ter a Serra do Espírito Santo ao redor, e estarem cortadas por um riacho. 

Cachoeiras da Velha e da Formiga

Enorme queda d’água em forma de ferradura, a Velha tem mais de 15 metros de altura e 100 metros de largura; ali perto, outra atração é a prainha, com águas tranquilas e areias finas. Já a Formiga, apesar de bem menor, possui grande volume de água e perfeita para nadar, em meio a árvores e palmeiras.

Fervedouro

O que de fato é a nascente de um rio subterrâneo, forma um fascinante poço de águas transparentes, onde é impossível afundar, graças à grande pressão do afloramento da água. A paisagem fica ainda mais bela com a vegetação fechada e bananeiras ao redor.

Serra do Espírito Santo e o Mirante

Outro símbolo do Jalapão, a formação rochosa conhecida como Serra do Espírito Santo possui um mirante na direção de seu come que garante uma das mais belas vistas de toda a região. Desde que se resista aos 45 minutos de caminhada e mais 30 de subida deveras íngreme.

Rafting no Rio Novo

Programa preferido dos aventureiros que rumam ao Jalapão, as três horas de descida pelas corredeiras do Rio Novo é garantia de adrenalina. Outras opções de esportes radicais por lá incluem rapel, canoagem, bóia-cross e acquaride.

Compras em Mumbuca

Os consumistas de plantão que não abrem mão de levar uma “lembrancinha” devem fazer uma parada na comunidade quilombola de Mumbuca, cuja renda principal é o artesanato feito à base do capim-dourado e seda de buriti.

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